Guilherme Boulos: “Vivemos o momento mais grave
desde o fim da ditadura militar"
CENTRO DE ESTUDOS EM REPARAÇÃO PSÍQUICA DE SANTA CATARINA - CERP-SC
BOLETIM INFORMATIVO N.21
BOLETIM INFORMATIVO N.21
A crise econômica e a crise política atuais não possuem precedentes desde o fim da ditadura civil-militar brasileira (1964-1988) e nos colocam diante de uma encruzilhada histórica, com dois rumos possíveis: de um lado, a barbárie da sucessiva dissolução dos direitos sociais e políticos; de outro, o aprofundamento da democracia a partir de um novo projeto popular.
Assim Guilherme Boulos, coordenador-nacional do MTST (Movimento dos Trabalhadores Sem Teto), professor de filosofia e psicanalista, iniciou a Aula Magna “Brasil: democracia ou barbárie?”, na noite da última quarta-feira (29) em Florianópolis.
O evento reuniu mais de 500 pessoas no Auditório Garapuvu, na UFSC, e foi acompanhado ao vivo por mais de 8.500 em transmissão feita pela rede de coletivos Jornalistas Livres. “Antes de tudo, é preciso reconhecer que este é um momento de graves retrocessos: nós sofremos uma derrota”, afirmou. “Devemos dizer isso não para aumentar ainda mais o caldo de desesperança, mas para poder definir os caminhos de superação dessa realidade”. |
DISSOLUÇÃO DE TRÊS PACTOS
Para Boulos, os três principais pactos nacionais construídos no último século no Brasil foram postos em xeque pelo governo Temer. De início, teria sido atacado aquilo a que o psicanalista e militante se refere como o “limitado e problemático pacto lulista”.
“Podemos destacar a construção de um conjunto de políticas sociais, uma política de valorização progressiva do salário mínimo e uma política que permitiu ao povo mais pobre ter acesso a bens de consumo que jamais tinha tido”, enumera. “Esses elementos foram as primeiras vítimas do golpe”.
O alvo seguinte seria o pacto da Constituição de 1988 – Carta redigida pelo “Centrão da época”, ressalta, e que portanto “não tinha nada de ultrarrevolucionário”.
Para Boulos, os três principais pactos nacionais construídos no último século no Brasil foram postos em xeque pelo governo Temer. De início, teria sido atacado aquilo a que o psicanalista e militante se refere como o “limitado e problemático pacto lulista”.
“Podemos destacar a construção de um conjunto de políticas sociais, uma política de valorização progressiva do salário mínimo e uma política que permitiu ao povo mais pobre ter acesso a bens de consumo que jamais tinha tido”, enumera. “Esses elementos foram as primeiras vítimas do golpe”.
O alvo seguinte seria o pacto da Constituição de 1988 – Carta redigida pelo “Centrão da época”, ressalta, e que portanto “não tinha nada de ultrarrevolucionário”.
Fonte: Jornal Folha de S.Paulo.
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“Mas ela assegurava, em especial, um aspecto de seguridade social, de serviços públicos universais: o SUS, a educação pública, a Previdência”, lembra. “E a Constituição foi rasgada em dezembro do ano passado quando se aprovou, debaixo de bombas no Congresso Nacional, a Emenda Constitucional n.95”.
O palestrante se refere à emenda conhecida à época como “PEC do Teto” – e apelidada de “PEC do Fim do Mundo” – que determina o congelamento do Orçamento da União pelos próximos 20 anos. Caso seja mantida, as despesas do Governo Federal com saúde devem ser reduzidas, segundo projeções, dos atuais 1,6% do PIB para 1,3% em 2026, enquanto as despesas com educação cairiam de 0,9% para 0,7%. “Não há nenhum país do mundo que estabeleceu como cláusula constitucional um congelamento de investimento público por 20 anos. Nem o Pinochet fez isso no Chile, nem o Menem, na Argentina, nem Fujimori, no Peru, nem FHC, aqui”, disse. “E é de uma gravidade tremenda, porque isso significa a destruição do serviço público e da capacidade de investimento do Estado brasileiro. Se de fato esse regime fiscal for aplicado, é o fim”. |
Finalmente, foi o “pacto varguista dos anos 40”, diz Boulos, consolidado nas leis do trabalho da era getulista, o terceiro alvo do atual governo.
“O Congresso Nacional mais desvalorizado da história da República, o governo com maior reprovação já vista, e que não teve voto popular, aprova uma reforma trabalhista draconiana, uma lei de terceirização que simplesmente rasga toda proteção ao trabalho que nós tivemos nos últimos 80 anos”.
Agenda que “só poderia chegar ao poder por um golpe”. “Evidentemente, uma agenda como essa não passaria jamais pelo crivo das urnas”, afirma. “E essa foi a razão profunda do golpe: impor ao Brasil goela abaixo uma agenda que jamais seria eleita pelo povo brasileiro”.
A CRISE DE 2008 E O FIM DO CICLO “GANHA-GANHA"
“Eu acredito que se encerrou um ciclo”, resume Boulos.
Citando o sociólogo português Boaventura de Sousa Santos, o psicanalista diz acreditar que após a crise de 2008 a contradição entre capitalismo e democracia se aprofundou, tendo a acumulação capitalista se tornado “cada vez menos capaz de conviver com as formas democráticas mais simples”.
“É a era dos golpes parlamentares institucionais, do ganhar e não levar, como na Grécia”, lembra. “Ou seja, é um momento em que a margem que o capitalismo tem pra brincar de democracia diminui. Isso faz com que aquele sistema que de algum modo tinha contrapesos de participação social torne-se dominação nua e crua”.
No Brasil, a situação econômica mais confortável do cenário pré-2008 teria permitido aos governos petistas implementar o que Boulos chama de “estratégia do ganha-ganha”: “os pobres melhoram de vida, a burguesia deixa isso acontecer – porque também está ganhando muito dinheiro – e o governo não mexe em agendas estruturais, como não mexeu”.
“O Congresso Nacional mais desvalorizado da história da República, o governo com maior reprovação já vista, e que não teve voto popular, aprova uma reforma trabalhista draconiana, uma lei de terceirização que simplesmente rasga toda proteção ao trabalho que nós tivemos nos últimos 80 anos”.
Agenda que “só poderia chegar ao poder por um golpe”. “Evidentemente, uma agenda como essa não passaria jamais pelo crivo das urnas”, afirma. “E essa foi a razão profunda do golpe: impor ao Brasil goela abaixo uma agenda que jamais seria eleita pelo povo brasileiro”.
A CRISE DE 2008 E O FIM DO CICLO “GANHA-GANHA"
“Eu acredito que se encerrou um ciclo”, resume Boulos.
Citando o sociólogo português Boaventura de Sousa Santos, o psicanalista diz acreditar que após a crise de 2008 a contradição entre capitalismo e democracia se aprofundou, tendo a acumulação capitalista se tornado “cada vez menos capaz de conviver com as formas democráticas mais simples”.
“É a era dos golpes parlamentares institucionais, do ganhar e não levar, como na Grécia”, lembra. “Ou seja, é um momento em que a margem que o capitalismo tem pra brincar de democracia diminui. Isso faz com que aquele sistema que de algum modo tinha contrapesos de participação social torne-se dominação nua e crua”.
No Brasil, a situação econômica mais confortável do cenário pré-2008 teria permitido aos governos petistas implementar o que Boulos chama de “estratégia do ganha-ganha”: “os pobres melhoram de vida, a burguesia deixa isso acontecer – porque também está ganhando muito dinheiro – e o governo não mexe em agendas estruturais, como não mexeu”.
Por agendas estruturais, Boulos se refere às reformas tributária, agrária, urbana, política e do setor de comunicações. “Todas essas agendas históricas de transformação ficaram na gaveta”, afirma. “Este é um conjunto de agendas imprescindíveis para se começar a quebrar o capitalismo da Casa-Grande que nós temos no Brasil”.
Ocorre que o ganha-ganha só é possível, diz, quando há um nível de crescimento econômico que o sustente. A partir de 2008, então, a estratégia petista começaria a naufragar. “O que acontece hoje, num período de crise, é que as alternativas intermediárias e de conciliação perdem espaço”, avalia. “Só há espaço para conciliação na bonança, no crescimento: aí você tem margem de manobra. No momento de crise, é um lado ou outro: o cobertor encurta”. |
O SENTIMENTO DA “ANTIPOLÍTICA”
Para além da crise econômica, o líder do MTST considera que há no Brasil “uma crise política de representação”, da qual emerge um sentimento de “antipolítica”.
“É evidente que as pessoas não se sentem representadas. O Estado e a política não representam as maiorias. Representam os interesses de pequenas oligarquias”, diz. Mas o maior problema, afirma, é que este sentimento de antipolítica está sendo canalizado com mais eficiência pela direita do que pelos setores progressistas.
“Nós, que queremos transformar a sociedade, sempre ficamos imaginando: ‘quando é que o povo vai ficar descrente deste sistema político? Aí vai ser a nossa vez!’. Mas o povo ficou descrente deste sistema e, ao que parece, não é a nossa vez. A canalização deste sentimento tem ido para a alternativa de uma nova direita”.
Esta antipolítica da nova direita seria metonimicamente figurável em três vestes: o terno, a toga e a farda.
“A antipolítica no Brasil tem tomado três caminhos principais: a antipolítica de terno, dos gestores, que querem dizer: ‘olha, esse negócio de público não funciona, é falcatrua, nós vamos trazer a gestão privada como salvação’”. Já a antipolítica de toga, diz, “faz um discurso moralista em relação à corrupção, mas se esquece de olhar para o seu próprio quintal”.
Para além da crise econômica, o líder do MTST considera que há no Brasil “uma crise política de representação”, da qual emerge um sentimento de “antipolítica”.
“É evidente que as pessoas não se sentem representadas. O Estado e a política não representam as maiorias. Representam os interesses de pequenas oligarquias”, diz. Mas o maior problema, afirma, é que este sentimento de antipolítica está sendo canalizado com mais eficiência pela direita do que pelos setores progressistas.
“Nós, que queremos transformar a sociedade, sempre ficamos imaginando: ‘quando é que o povo vai ficar descrente deste sistema político? Aí vai ser a nossa vez!’. Mas o povo ficou descrente deste sistema e, ao que parece, não é a nossa vez. A canalização deste sentimento tem ido para a alternativa de uma nova direita”.
Esta antipolítica da nova direita seria metonimicamente figurável em três vestes: o terno, a toga e a farda.
“A antipolítica no Brasil tem tomado três caminhos principais: a antipolítica de terno, dos gestores, que querem dizer: ‘olha, esse negócio de público não funciona, é falcatrua, nós vamos trazer a gestão privada como salvação’”. Já a antipolítica de toga, diz, “faz um discurso moralista em relação à corrupção, mas se esquece de olhar para o seu próprio quintal”.
“O judiciário é talvez o poder mais corrupto que existe no Brasil. Cheio de privilégios, mamatas, penduricalhos. Mas alguns do judiciário se arvoram o papel de salvadores da pátria numa cruzada contra a corrupção”.
À antipolítica de farda, “a forma mais perigosa”, Boulos dá um nome: Jair Bolsonaro. “Ele se vende como novo, mas está há 30 anos como parlamentar, empregou um monte de familiar no gabinete, tem um monte de história mal contada. É uma falcatrua, evidentemente”. Sobre este modo como a direita tem conseguido canalizar o justo sentimento de falência das instituições da democracia representativa no Brasil, Boulos lembra um diálogo ocorrido entre um amigo e um aluno de escola pública de periferia, no interior de São Paulo. |
Questionado pelo estudante sobre a diferença entre esquerda e direita, seu amigo responde: “esquerda são aqueles que querem transformar a sociedade, são contra essa lógica toda que está aí”. O aluno, então, pergunta: “E o Bolsonaro é de esquerda, né?”. Prontamente corrigido pelo professor, que qualifica o deputado como “político de ultradireita”, o menino retruca: “Não, o Bolsonaro quer mudar tudo o que está aí”.
“Essa história é ilustrativa de como o Bolsonaro chega à cabeça de uma parte de nossa juventude e do eleitorado brasileiro. Achar que quem diz que vai votar no Bolsonaro é fascista, de ultradireita, homofóbico e machista... não é necessariamente assim. Muitas vezes elas veem nele essa figura que ‘é contra tudo que está aí’, que vai ‘botar ordem nessa palhaçada toda’”.
Mas a antipolítica “não é de direita por princípio”, garante. Este mesmo sentimento de esgotamento das vias representativas ordinárias teria impulsionado o espanhol Podemos, o estadunidense Bernie Sanders, o francês Jean-Luc Mélenchon e o britânico Jeremy Corbyn.
Surge, então, a questão: como a esquerda pode disputar o sentimento de antipolítica no Brasil?
“Antes de tudo, não sendo parte do problema da crise de representação. Se a esquerda se agarra a um sistema político falido e o trata como seu, menos ela é capaz de disputar a insatisfação da sociedade”.
OS DESAFIOS DA ESQUERDA
“Essa história é ilustrativa de como o Bolsonaro chega à cabeça de uma parte de nossa juventude e do eleitorado brasileiro. Achar que quem diz que vai votar no Bolsonaro é fascista, de ultradireita, homofóbico e machista... não é necessariamente assim. Muitas vezes elas veem nele essa figura que ‘é contra tudo que está aí’, que vai ‘botar ordem nessa palhaçada toda’”.
Mas a antipolítica “não é de direita por princípio”, garante. Este mesmo sentimento de esgotamento das vias representativas ordinárias teria impulsionado o espanhol Podemos, o estadunidense Bernie Sanders, o francês Jean-Luc Mélenchon e o britânico Jeremy Corbyn.
Surge, então, a questão: como a esquerda pode disputar o sentimento de antipolítica no Brasil?
“Antes de tudo, não sendo parte do problema da crise de representação. Se a esquerda se agarra a um sistema político falido e o trata como seu, menos ela é capaz de disputar a insatisfação da sociedade”.
OS DESAFIOS DA ESQUERDA
Para que tenha chances nessa disputa, Boulos elenca três desafios a serem enfrentados pela esquerda: o desafio da unidade, o desafio da repactuação de seu projeto com o povo e o desafio programático.
“Para enfrentar esse rolo compressor de desmonte de direitos e de retrocessos democráticos, nós precisamos ter uma unidade ampla no campo popular em relação àqueles temas que são fundamentais”. Unidade que, garante, “não quer dizer identidade, não quer dizer pensar igual, não ter espaço pra crítica e nem só dizer amém”. |
“Hoje há um campo amplo na sociedade brasileira que é contra o Temer, é contra essas reformas que retiram direitos e defende uma saída democrática com participação popular para essa crise. Essas bandeiras precisam nos unificar e se traduzir em mobilização de rua e em frentes unitárias. Se nós não tivermos a maturidade para fazer dessa maneira, vamos ser esmagados pelo processo”.
A necessidade da “repactuação de um projeto de transformação social com o povo” é o segundo desafio elencado pelo militante social.
“Vejam: por que a gente não conseguiu barrar o golpe? Ou a reforma trabalhista? Por que a gente não derrubou o Temer? Uma das razões é: em parte, nós não tivemos força para fazer isso por não ter feito a lição de casa no período anterior, por uma parte importante da esquerda e dos movimentos sociais no Brasil ter deixado de fazer trabalho de base, escutar e estar junto com o povo”.
Trabalho que não pode ser feito, destaca, só em véspera de eleições.
“Fazer trabalho de base só de quatro em quatro anos, para pedir votos, não adianta. Pode até dar voto, mas, quando precisa, em uma encruzilhada histórica, a turma não vem junto. As pessoas vêm à luta quando se constroem vínculos, relações de confiança, processos formativos. E isso foi se perdendo”.
Por fim, é a capacidade programática de oferecer e discutir um novo “projeto de futuro” o terceiro e último desafio.
“Um dos problemas da esquerda no último período foi ter se rendido a um pragmatismo estreito, tacanho, daquilo que é imediatamente possível, da lógica da governabilidade parlamentar”, diz. “Quando a gente faz isso e se resigna a essa lógica da pequena política, depois não pode se lamentar que a juventude está indo votar no Bolsonaro”.
Esgotada a estratégia conciliadora do “ganha-ganha” lulista, qual deve ser, então, o discurso dessa almejada unidade de esquerda?
“Não há mais espaço para avanços no nosso país, para uma agenda popular e democrática, sem enfrentar os grandes privilégios, a estrutura arcaica da sociedade brasileira, sem botar o dedo na ferida”.
A dificuldade, contudo, é encontrar a estratégia de enfrentamento que evite o lunatismo dos planejamentos impossíveis e, ao mesmo tempo, o pragmatismo rasteiro da pequena política. “Qual é o programa factível, real, mas capaz de despertar esperanças, que tenha no centro de sua agenda transformações profundas e estruturais?”, questiona.
E é desta resposta, garante, que dependem os rumos que vão tomar a sociedade e a política brasileiras no próximo período. “Ou indo para o caminho do aprofundamento de uma barbárie, ou quem sabe apostando e apresentando um caminho de aprofundamento democrático e de um novo projeto popular para o Brasil”.
A necessidade da “repactuação de um projeto de transformação social com o povo” é o segundo desafio elencado pelo militante social.
“Vejam: por que a gente não conseguiu barrar o golpe? Ou a reforma trabalhista? Por que a gente não derrubou o Temer? Uma das razões é: em parte, nós não tivemos força para fazer isso por não ter feito a lição de casa no período anterior, por uma parte importante da esquerda e dos movimentos sociais no Brasil ter deixado de fazer trabalho de base, escutar e estar junto com o povo”.
Trabalho que não pode ser feito, destaca, só em véspera de eleições.
“Fazer trabalho de base só de quatro em quatro anos, para pedir votos, não adianta. Pode até dar voto, mas, quando precisa, em uma encruzilhada histórica, a turma não vem junto. As pessoas vêm à luta quando se constroem vínculos, relações de confiança, processos formativos. E isso foi se perdendo”.
Por fim, é a capacidade programática de oferecer e discutir um novo “projeto de futuro” o terceiro e último desafio.
“Um dos problemas da esquerda no último período foi ter se rendido a um pragmatismo estreito, tacanho, daquilo que é imediatamente possível, da lógica da governabilidade parlamentar”, diz. “Quando a gente faz isso e se resigna a essa lógica da pequena política, depois não pode se lamentar que a juventude está indo votar no Bolsonaro”.
Esgotada a estratégia conciliadora do “ganha-ganha” lulista, qual deve ser, então, o discurso dessa almejada unidade de esquerda?
“Não há mais espaço para avanços no nosso país, para uma agenda popular e democrática, sem enfrentar os grandes privilégios, a estrutura arcaica da sociedade brasileira, sem botar o dedo na ferida”.
A dificuldade, contudo, é encontrar a estratégia de enfrentamento que evite o lunatismo dos planejamentos impossíveis e, ao mesmo tempo, o pragmatismo rasteiro da pequena política. “Qual é o programa factível, real, mas capaz de despertar esperanças, que tenha no centro de sua agenda transformações profundas e estruturais?”, questiona.
E é desta resposta, garante, que dependem os rumos que vão tomar a sociedade e a política brasileiras no próximo período. “Ou indo para o caminho do aprofundamento de uma barbárie, ou quem sabe apostando e apresentando um caminho de aprofundamento democrático e de um novo projeto popular para o Brasil”.