Chamada Pública do CERP-SC inclui
ação afirmativa para negros e indígenas
CENTRO DE ESTUDOS EM REPARAÇÃO PSÍQUICA DE SANTA CATARINA - CERP-SC
BOLETIM INFORMATIVO N.7
BOLETIM INFORMATIVO N.7
O CERP-SC (Centro de Estudos em Reparação Psíquica de Santa Catarina) incluiu na Chamada Pública para o seu curso um programa de ação afirmativa para candidatos autodeclarados pretos, pardos ou indígenas.
Por meio desta chamada serão selecionados candidatos às vagas remanescentes do II Módulo do curso “Como lidar com os efeitos psicossociais da violência?”, que terá início em março.
De acordo com a chamada, a ação tem o intuito de “garantir no curso a diversidade étnica que compõe a sociedade brasileira, em geral, e catarinense, em especial”, além de promover uma “reparação histórica”. O texto diz ainda tratar-se de uma questão de justiça social, “visto que grupos historicamente discriminados enfrentam maiores dificuldades de acesso ao ensino e ao trabalho”.
O Programa de Ação Afirmativa do CERP-SC é baseado no PAAIS (Programa de Ação Afirmativa para Inclusão Social da Unicamp) e foi desenvolvido sob a consultoria da psicóloga social Lia Vainer Schucman.
“Como o racismo é estrutural na sociedade brasileira, qualquer seleção que não inclua ações afirmativas colabora para a manutenção do racismo”, afirma Lia. “Se você não faz nada, você contribui para que ele continue”.
ADIÇÃO DE PONTOS
Todos os candidatos autodeclarados pretos, pardos ou indígenas terão 5 pontos acrescidos à sua pontuação final.
Diferentemente do sistema de cotas, a ação afirmativa por adição de pontos permite que o percentual de candidatos aprovados não fique limitado à cota mínima previamente estipulada, podendo ultrapassá-la caso haja um grande número de candidatos autodeclarados pretos, pardos ou indígenas.
“Este método é muito importante, pois ele abre a possibilidade de incluir mais pessoas”, diz Lia. Segundo ela, as políticas de cotas, muitas vezes, acabam criando “cotas para brancos”.
“Quando os negros estão em número maior do que o previsto nas cotas, eles competem apenas entre si e garantem que todas as outras vagas fiquem para brancos”, explica. “O método de adição de pontos elimina esta distorção”.
Por meio desta chamada serão selecionados candidatos às vagas remanescentes do II Módulo do curso “Como lidar com os efeitos psicossociais da violência?”, que terá início em março.
De acordo com a chamada, a ação tem o intuito de “garantir no curso a diversidade étnica que compõe a sociedade brasileira, em geral, e catarinense, em especial”, além de promover uma “reparação histórica”. O texto diz ainda tratar-se de uma questão de justiça social, “visto que grupos historicamente discriminados enfrentam maiores dificuldades de acesso ao ensino e ao trabalho”.
O Programa de Ação Afirmativa do CERP-SC é baseado no PAAIS (Programa de Ação Afirmativa para Inclusão Social da Unicamp) e foi desenvolvido sob a consultoria da psicóloga social Lia Vainer Schucman.
“Como o racismo é estrutural na sociedade brasileira, qualquer seleção que não inclua ações afirmativas colabora para a manutenção do racismo”, afirma Lia. “Se você não faz nada, você contribui para que ele continue”.
ADIÇÃO DE PONTOS
Todos os candidatos autodeclarados pretos, pardos ou indígenas terão 5 pontos acrescidos à sua pontuação final.
Diferentemente do sistema de cotas, a ação afirmativa por adição de pontos permite que o percentual de candidatos aprovados não fique limitado à cota mínima previamente estipulada, podendo ultrapassá-la caso haja um grande número de candidatos autodeclarados pretos, pardos ou indígenas.
“Este método é muito importante, pois ele abre a possibilidade de incluir mais pessoas”, diz Lia. Segundo ela, as políticas de cotas, muitas vezes, acabam criando “cotas para brancos”.
“Quando os negros estão em número maior do que o previsto nas cotas, eles competem apenas entre si e garantem que todas as outras vagas fiquem para brancos”, explica. “O método de adição de pontos elimina esta distorção”.
SOBRE O CURSO
Ao longo dos próximos dois semestres, profissionais de diferentes lugares do Brasil virão a Florianópolis para trabalhar temas como violência de gênero, o louco infrator, tortura e cárcere, imigrantes e refugiados, dentre outros. Também serão trazidos ao curso representantes de experiências paradigmáticas no cuidado a vítimas de violência, tais como o PAILI (Programa de Atenção Integral ao Louco Infrator), o Núcleo de Atendimento a Vítimas de Crimes Violentos de Minas Gerais e a Pesquisa Participativa com a População de Rua de São Paulo. O curso é dividido em três módulos, cada um com quatro meses de duração, totalizando assim 96 horas de formação (8 aulas de 4h de duração, por módulo). Serão fornecidas certificações ao fim de cada módulo, possibilitando que o aluno curse apenas um dos módulos, de modo independente. As aulas acontecem quinzenalmente, sempre às sextas-feiras pela manhã, na Escola de Saúde Pública de Santa Catarina (Rua Esteves Júnior, 390, Centro). A partir deste módulo, haverá uma única turma, com no máximo 65 alunos. SUS E SUAS Financiado pelo Newton Fund e sem custos para o participante, o curso é realizado em parceria com a UFSC e destinado a profissionais que lidam, em suas práticas diárias, com os efeitos psíquicos da violência e das graves violações de direitos humanos, ou que possuam interesse justificado nesta temática. |
Será dada preferência a profissionais que atuem no SUS, no SUAS ou em instituições que desenvolvam trabalho social relevante. O curso também será aberto a estudantes de graduação e pós-graduação, membros de organizações não governamentais, movimentos sociais e outros profissionais que justifiquem interesse na temática.
O CERP-SC é uma realização do Instituto APPOA (Associação Psicanalítica de Porto Alegre), no âmbito do Projeto Clínicas do Testemunho, financiado pela Comissão de Anistia, órgão do Governo Federal brasileiro, e pelo Newton Fund, iniciativa do governo britânico.
O CERP-SC é uma realização do Instituto APPOA (Associação Psicanalítica de Porto Alegre), no âmbito do Projeto Clínicas do Testemunho, financiado pela Comissão de Anistia, órgão do Governo Federal brasileiro, e pelo Newton Fund, iniciativa do governo britânico.